quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Relendo na poltrona

Ontem à noite eu reli O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, e de repente (não muito mais que isso) eu (re)lembrei o que me deixa tão fascinada por livros. Não é só o conhecimento que ganho com ele, nem a deliciosa distração que me cai bem num dia monótono, nem mesmo o peso na sacola e o cheiro que me enche de nostalgia, mas são principalmente as sensações... sim, as mais diversas sensações e suas loucas variações de intensidades que experimento naquele momento e que até se entendem por alguns segundos, minutos ou dias até e fazem com que até o ato de lavar a louça se torne algo muito suportável (hehe).

Certas sensações me fizeram repensar sobre algo que trago em meu coração que, por mais piegas que seja admitir isso, precisamos ser como crianças, pensar e sentir como crianças. O nosso cotidiano tem nos podado esse segredo, mas isso não significa que não possamos procurá-lo, que não possamos redescobri-lo ou abrir os nossos ouvidos para escutar daqueles que já alcançaram essa graça.

Eu sei por mim, que creio ter descoberto em mim uma visão infantil de como perceber o mundo. São como novas lentes. Trata-se de ser muito mais sensível e se despojar de muitos conceitos já tão batidos em nosso redor e trocá-los por outros mais coloridos, com riscos mais ousados e falas menos ensaiadas. É abrir seus olhos para entender o que se passa além daquelas formas e de repente perceber cheiro nas cores e tons de azul numa melodia. Só uma criança de verdade pode entender isso.

Trata de se desapegar às formas, o essencial é invisível aos olhos.


“As pessoas vêem estrelas de maneiras diferentes. Para aqueles que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Para o empresário, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém nunca as teve (...) tu, e somente tu, terás estrelas que sabem rir” [O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry]



[Garanto que esse papo vai se estender por alguns posts até o assunto envelhecer. Há muito o que se falar.]



2 comentários:

  1. "...com riscos mais ousados e falas menos ensaiadas"

    adorei !

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  2. É, o ser humano tem a péssima mania de não perceber a beleza que foi criada pra ele desfrutar.

    Não deixar de ser criança, é ser um eterno admirador de um mundo colorido como tu disse, e assim, mais feliz, mais real, mais vivo.

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Isso já virou bate-papo.